quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ativista conta em palestras sua experiência com o HIV

Matéria exibida no jornal de hoje - 01 de Dezembro de 2010 - da Folha Ribeirão (um caderno regional dentro da Folha de S. Paulo) que contém matérias de Ribeirão Preto e região. A entrevista foi feita ontem, pela manhã, aqui em casa. Confira:


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FOLHA RIBEIRÃO

Há cinco anos Ruy Rego Barros, hoje com 52 anos, começou a sentir falta de ar ao caminhar. No início, achou que fosse uma simples gripe e não deu muita importância. Como o incômodo não passava, ele resolveu procurar um médico.
Acabou internado com suspeita de tuberculose e, depois de muitos exames, soube que era portador do vírus HIV e estava num estágio avançado de Aids.
A partir daquele dia, sua vida mudou. "E para melhor", diz.
"Era julho de 2005, tinha acabado de completar 47 anos e estava internado com problemas respiratórios. Lembro que, por volta das 17h30, uma médica chegou no meu quarto e falou que estava com o resultado dos meus exames."
Barros conta que sem nenhum tato a médica o informou que o exame havia dado positivo para HIV e que ele tinha Aids num estágio muito avançado.
"Fiquei parado olhando para ela até que a médica me perguntou como estava me sentindo e eu respondi que estava normal. A única coisa que pensei naquele momento foi que a vida era minha e que o vírus era o intruso. Eu iria vencê-lo. E venci!"
Atualmente, Barros trabalha na ONG GHIV e dá palestras em escolas e empresas sobre como aprendeu a lidar com a vida depois da descoberta do vírus.
Ele afirma que se "diverte" com o espanto das pessoas quando informadas que ele tem Aids, já que sua aparência é bem diferente da de um doente.
Barros toma o coquetel Anti-Aids (seis comprimidos) todos os dias e tem carga viral zero -quando descobriu sua carga viral era de 96 mil. "Não escondo de ninguém o que tenho e vivo muito bem e feliz assim."
No entanto, nem todos concordam em se expor dessa maneira, como o ativista. É o caso do vendedor Carlos (nome fictício), 36, que há três anos descobriu ser portador do vírus HIV.
Ele disse que assim que soube da doença entrou em desespero. "Hoje já consigo aceitar melhor o fato, mas ainda tenho muito medo do preconceito e só conto para quem realmente eu confio."


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