quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

I Seminário de Efeitos Adversos e Medicamentos em HIV/AIDS

Aconteceu entre os dias 23 a 27 de Agosto de 2012 em Nazaré Paulista-SP, no resort RECANTO DO TEIXEIRA - http://www.recantodoteixeira.com.br/ - o I SEMINÁRIO DE EFEITOS ADVERSOS E MEDICAMENTOS em HIV/AIDS.

Dos temas abordados o que teve maior repercussão foi "A NOVA CARA DA AIDS" onde muito se debateu foi que, ao contrário do que muito se apregoa hoje, a AIDS não é uma doença crônica e está longe disso. O que está crônico são as inflamações de órgãos e tecidos originados pelo alto grau de toxidade de medicamentos, produzindo dessa maneira muitos efeitos adversos, dentre eles o envelhecimento precoce. Também se falou da importância que deve ser dada no acompanhamento multidisciplinar das pessoas vivendo - não basta apenas o infectologista, é de grande importância o acompanhamento de outras especialidades: a cardiovascular, dermatologia, urologia, ginecologia, otorrinolaringologia e seria também muito importante que ao menos uma vez ao ano fosse feito o exame da densiometria óssea. 

Nesse evento a RNP+ (REDE NACIONAL DOS PORTADORES) tem uma nova cara. A partir desse encontro, as três redes passarão a trabalhar juntas: a RNP+ BRASIL, a RNJVHA e o MNCP, pois somente com a união de todos é que o movimento estará cada vez mais forte.






Abraços.
Ruy Rego Barros




Miss e Mister LGBT Ribeirão Preto 2012

Aconteceu no dia 21 de Agosto de 2012 o Miss e Mister LGBT Ribeirão Preto 2012 - evento promovido pela ONG GATTTAS-RP com apoio da Secretaria Municipal da Cultura. 

Ingresso: 1kg de alimento não perecível. 

A ONG GATTTAS-RP arrecadou mais de 300 kilos de alimentos que foram doados a uma determinada ONG na cidade que lida com a causa das pessoas vivendo com HIV/AIDS. 

Parabéns a todos nós, que ajudamos neste evento, parabéns a todos os participantes e contribuntes para a realização e o sucesso dessa festa. 


Da direita para a esquerda: Washington Ricardo, apresentador do Miss e Mister LGBT 2012 em Ribeirão Preto, Agatha Lima, organizadora, diretora e presidente da ONG GATTTAS-RP, alguns eleitos do concurso e demais assistentes da organização.



Agatha Lima e Ruy Barros, na bilheteria, onde os alimentos eram arrecadados.



Fabiano Caldeira e Agatha Lima, na bilheteria, durante a arrecadação dos alimentos.



Agatha Lima e Ruy Barros, no dia seguinte, para a distribuição dos alimentos.


Homofobia tem cura: Educação e Criminalização

Abraços.
Ruy Rego Barros



I Fórum sobre Saúde reprodutiva das pessoas vivem e convivem com HIV/AIDS

Saiu no site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto-SP - http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ccs/snoticias/i33principal.php?id=22902 

Secretaria da Saúde promoveu I Fórum sobre Saúde Reprodutiva de pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS. 

Evento realizado no dia 6 de Agosto de 2012, reuniu profissionais da área que lidam com pacientes nestas condições. O acesso universal ao tratamento e à prevenção do HIV e de doenças sexualmente transmissíveis (DST) possibilitou transformar o cenário da epidemia no país. A queda nas taxas de transmissão vertical do HIV, a redução da morbimortalidade da infecção e o aumento da expectativa e qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/Aids são uma realidade, caracterizando o atual perfil da doença e a continuidade dos projetos pessoais. Por conta deste novo cenário, a Secretaria Municipal da Saúde, por intermédio do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais, realizou nesta segunda-feira, dia 6 de Agosto de 2012, o “I Fórum sobre saúde reprodutiva das pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids”. 

“Sabemos que a decisão de ter ou não ter filhos é pessoal ou uma decisão do casal, que parte das pessoas não deseja ter filhos, que os métodos contraceptivos podem diminuir o risco de uma gestação não desejada e que o planejamento familiar é um direito de todo cidadão (Lei n° 9.263 de 12/01/1996), desta forma a orientação sobre contracepção é fundamental”, explica a enfermeira Fátima Regina de Almeida Lima Neves, coordenadora do Programa. Segundo ela, este evento tem por objetivo atualizar os profissionais da área da saúde envolvidos nesta temática, bem como refletir sobre as possibilidades de estabelecimento de fluxo assistencial nos diversos níveis de atenção à saúde reprodutiva das pessoas vivendo e/ou convivendo com o HIV/Aids. 

O Fórum foi realizado em parceria com o Setor de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia - Hormônios e Saúde da Mulher, no Centro de Referência em Especialidades, localizado na rua Prudente de Morais, 35, das 8h às 12h, e contou com palestras de professores e médicos especialistas no tema. 





Auditório do evento, lotado.


Ruy Rego Barros






domingo, 21 de outubro de 2012

Como ter sexo seguro se há alergia ao látex?

Matéria interessante que foi socializada no Fórum Paulista LGBT.

O texto reflete o marco de que é preciso avançar na questão da prevenção às DST/AIDS até meso nas questões dos preservativos. 

Parabéns ao João Marinho!

Ruy Rego Barros




ALERGIA AO LÁTEX - FALTA ALGO NO SEXO SEGURO?
por João Marinho


Uma coisa que tem me causado preocupação em relação ao sexo seguro - e que me veio à mente por conhecer pessoas que passam pelo problema - é... O que acontece quando a pessoa tem alergia ao látex comumente usado no preservativo masculino?

Sim, todas as propagandas e campanhas relacionadas ao sexo seguro e à prevenção ao HIV/Aids focam esse ponto: use camisinha! Mas, quando a pessoa tem algum grau de intolerância à “borracha”, po
uco é dito... Ou nada - e, mesmo existindo também a camisinha feminina, ela nunca é enfatizada nas campanhas, já notaram?

O problema parece pouco sério. Em pesquisas realizadas em sites especializados, os mesmos indicam que a sensibilidade ao látex - que teria se originado do uso indiscriminado do material em hospitais a partir da década de 80, segundo esta reportagem do Via Mulher: http://vilamulher.terra.com.br/alergia-a-camisinha-de-latex-o-que-fazer-3-1-31-500.html) - ocorre em até 6% da população. É um público que possui algum grau de intolerância ao produto.

Essa intolerância varia desde uma dermatite de contato, com coceira, vermelhidão, inchaço e mesmo formação de feridas até formas mais severas, que podem chegar ao choque anafilático. Então, pensamos... Mas se “só” 6% das pessoas têm um problema assim, para que se preocupar, não é?

A preocupação surge quando convertermos a porcentagem em números inteiros. O Censo 2010 registra que o Brasil tem hoje mais de 190 milhões de habitantes. Se tão somente jogarmos sobre esse número a porcentagem de 6%, temos aí mais de 11 milhões de pessoas para quem o uso da camisinha tradicional simplesmente não é uma opção. 

É um número maior do que os habitantes da maior cidade do país, São Paulo, ou, se vocês preferirem, mais que a população inteirinha do Rio Grande do Sul ou do Paraná, ou ainda próximo à soma das populações dos estados do Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí. Para mim, ter “três estados” de pessoas que não podem usar o preservativo tradicional é um problemão...

O que fazer nesses casos? O que muitos não sabem é que os preservativos de látex não são a única opção do mercado. Existem, por exemplo, as camisinhas masculinas de poliuretano, que não levam látex e têm uma resistência similar à dos primeiros. O poliuretano é também o material mais usado na camisinha feminina, justamente por ser hipoalérgico, o que faz dela igual candidata para contornar a sensibilidade ao látex.

Os problemas são: (1) encontrar e (2) pagar. Embora a camisinha feminina seja distribuída gratuitamente em alguns centros de referência, ela é bem menos disponível e mais difícil de encontrar. Mesmo em farmácias, vocês já devem ter percebido, ela não é propriamente o item mais comum – e, comprada, é também mais cara.

As camisinhas masculinas de poliuretano têm uma situação pior ainda. Simplesmente, até um tempo atrás, não existiam no Brasil! A opção era comprar em sites de importação ou em sex shops, um problemão para quem tem acesso restrito à internet nos rincões do País ou não mora em grandes centros, em regiões onde sex shops são menos comuns e/ou, existindo, menos equipadas. Como item importado, o valor também não é dos mais convidativos. Nas farmácias, atendentes e farmacêuticos até mesmo desconhecem que elas existam.

Atualmente, existe no Brasil a opção da camisinha UNIQUE, que ilustra este texto. Ela está disponível no sitehttp://www.naturalsensation.com.br/ e é vendida em uma cartela com três unidades, que pode custar de R$ 12 até... R$ 22! Uma facadinha, né? Especialmente para quem tem vida sexual mais ativa. Para quem é passivo, as opções ficam ainda piores, já que oferecer um preservativo masculino que não seja de látex pode causar estranhamento no parceiro e, claro, pelo fator preço.

Por isso, alguns conselheiros de centros de referência têm recomendado para esses passivos a camisinha feminina. Isso mesmo: camisinha feminina para o sexo anal. Soa estranho, mas, no exterior, também há quem faça essa recomendação, como o site a seguir: http://www.homohealth.org/mens_program/sexualhealth/condoms.htm#Reality, especializado em saúde sexual para homens que fazem sexo com homens.

As pesquisas, porém, ainda não apontaram definitivamente o grau de eficácia do uso anal do preservativo feminino no sexo gay – e, aliás, também no hétero, afinal a mulher pode praticar sexo anal e também ter sensibilidade ao látex, não é? Felizmente, tudo indica que os prognósticos são bons.

Ademais, se nos guiarmos pela lógica de que melhor uma barreira do que nenhuma e, se for possível, melhor gastar mais do que ter inchaços, coceira e feridas (que, por sinal, aumentam o risco de contágio de DSTs), restam essas opções para os alérgicos a látex: usar a camisinha feminina no sexo hétero vaginal ou anal e no sexo gay (anal), importar uma masculina de poliuretano na Web ou na sex shop mais perto de sua casa ou comprar a Unique. 

Só fica a dúvida do porquê não se avalia se todas as camisinhas poderiam ser feitas de material hipoalérgico por padrão... E do porquê que ainda não inventaram uma camisinha anal, uma vez que, verdade seja dita, já passou da hora, não é? ;)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Primeiro Encontro do Novo Colegiado Paulista da RNP+

Aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de setembro de 2012, a primeira reunião do Novo Colegiado Paulista da RNP+ na cidade de São Paulo-SP, em espaço cedido pelo Espaço Saúde.

Clique nas imagens para ampliar:


























Muito gratificante o momento o qual pudemos nos conhecer melhor, estar mais próximos e ainda registrar o novo colegiado no cartório, conforme eleito.

Ruy Rego Barros


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Novos desafios contra a AIDS

Esta matéria interessante foi vista hoje por mim, justamente quando - bem mais cedo - estive reunido com o Secretário da Saúde daqui de Ribeirão Preto-SP (enquanto Membro do Colegiado Paulista da Rede Nacional dos Portadores de São Paulo (RNP+SP) e Representante Regional da RNP+SP - Macro III) e fiquei a par de algumas medidas urgentes que estão sendo tomadas no empenho de melhorar o quadro difícil  em que se encontra o atendimento aos soropositivos no SUS aqui do município. 

Segundo o Secretário da Saúde  (Dr. Stênio Miranda), alguns profissionais específicos serão contratados para suprir o quadro deficitário atual - situação esta que se arrasta, em algumas localidades, há seis meses. 

Tudo o que está sendo relatado a seguir, nesta matéria, é de conhecimento pessoal de muitos de nós, pessoas vivendo com HIV/AIDS, que vivenciamos na pele e sabemos como está difícil a qualidade no atendimento e tratamento à doença.

A sociedade civil deve estar atenta. Para isso, deve participar das reuniões com os respectivos profissionais da área e, dessa forma, verificar o que está sendo tratado para colaborar com as melhorias que devem ser aplicadas em nome de todo o bem em comum. Acredito que a parceria entre sociedade civil e governo deve ser fundamental para o crescimento da prevenção e, sobretudo, do acesso ao tratamento de melhor qualidade à saúde das pessoas vivendo com HIV/AIDS.

A união faz a força.

Ruy Rego Barros





Efeitos colaterais e burocracia são barreiras ao atual tratamento dos doentes no país. Cartilha recomenda uso de cabelos compridos para disfarçar acúmulo de gordura



Remédios tomados por um soropositivo em um mês
Foto: Ana Branco 


© 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 



RIO - Josimar Pereira atende o telefone com luvas. Sua mão está ressecada, com feridas nas dobras. Aos 50 anos de idade, há 18 diagnosticado com o vírus da Aids, ele desconfia que possa estar desenvolvendo alergia a um dos remédios que usa. Sentada ao lado dele, Mara Moreira, 36 anos, metade da vida com Aids — infectou-se na primeira relação, com o então marido — mostra os acúmulos de gordura em seu corpo, problema conhecido como lipodistrofia e mais uma das consequências da medicação anti-HIV. Indignada, ela mostra um livreto informativo sobre a disfunção, distribuído pelo Ministério da Saúde durante o 9º Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, realizado em São Paulo na última semana de agosto. Na cartilha, recomenda-se às vítimas de lipodistrofia usar cabelos compridos e roupas largas, para esconder os sintomas.
— O SUS oferece cirurgias de lipoaspiração, mas conseguir um horário num hospital é a nossa aflição. O incômodo maior não é estético, mas imaginar o mal que essa gordura toda está fazendo ao meu organismo — diz Mara.
Reprodução assistida
Ela chega para a entrevista, na sede carioca da ONG Pela Vida, no Centro do Rio, com um caderno onde estão listados os vários assuntos que tem para falar. E, sem querer, acaba fazendo um mapa das atuais aflições do programa anti-HIV/Aids no Brasil (ou de parte delas). A doença, que teve os primeiros registros no país no início da década de 1980, ingressa no século XXI impondo novos desafios ao programa oficial, considerado referência. Entre as questões a serem enfrentadas estão os efeitos colaterais graves trazidos pelos coquetéis (que aumentaram a sobrevida mas desencadearam reações não previstas), a tendência de aumento da incidência da doença entre jovens e gays, a diminuição no uso de preservativos, as aposentadorias para os soropositivos e a reprodução assistida entre os sorodiscordantes (casais em que apenas um dos cônjuges tem HIV).
Mara mantém uma relação sorodiscordante — seu namorado não tem HIV — e o casal quer ter um filho. Não existe orientação oficial a respeito, embora haja o risco de transmissão do vírus para os filhos. O namorado de Mara tem alergia a látex, e ela, por sua vez, tem dificuldade para encontrar camisinha feminina — feita de poliuretano — nos postos de saúde. Passou os últimos dois anos lutando na Justiça para obter auxílio do INSS por invalidez: o laudo do SUS considerando-a inapta para o trabalho foi rejeitado pelo instituto. E o pior: hoje, em estado de falência terapêutica — quando a medicação deixa de fazer efeito —, ela precisou de um mandado de segurança para adquirir o único remédio que talvez possa ajudá-la, pois o produto ainda não passou por todos os trâmites de liberação do Ministério da Saúde.
— O Brasil tem um programa anti-HIV/Aids que durante 20 anos realizou avanços essenciais, principalmente em relação à pesquisa científica e à oferta de medicamentos. Mas os desafios agora são outros — diz Denise Herdy, professora de Ciências Médicas da Uerj e coordenadora do grupo terapêutico Com Vida, do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Ao enumerar quais seriam as atuais barreiras ao programa no Brasil, Denise demonstra que Mara está em uma parcela imprecisa, porém significativa, das cerca de 210 mil pessoas em tratamento contra o HIV/Aids no SUS atualmente.
— O Brasil tem um programa anti-HIV/Aids que, durante 20 anos, realizou avanços essenciais, mas agora os desafios são outros. A questão previdenciária precisa ser revista; o conceito atual de “estou doente, não posso trabalhar”, precisa ser substituído por “como posso trabalhar estando doente?” Há também a questão legal da reprodução assistida entre sorodiscordantes: o governo deve intervir nisso, seja para estimular ou para evitar? E, ainda, uma prática médica de intersetorialidade que precisa ser disseminada, e isso é tão mais importante quanto mais se descobrem novos efeitos colaterais das medicações — diz Denise Herdy, professora de Ciências Médicas da Uerj e coordenadora do grupo terapêutico Com Vida, do Hospital Universitário Pedro Ernesto.
A origem do problema
Renato da Matta, 48 anos, doente há 12, também não consegue se aposentar. O laudo do posto municipal onde ele se trata, no Engenho de Dentro, detalhando o estágio atual da doença e os danos colaterais dos medicamentos, não foi suficiente para o INSS, que o considerou apto para o trabalho. Está vivendo com o que sobra da aposentadoria da mãe.
— A origem do problema é que os peritos veem a Aids como um mal crônico e cujos desdobramentos são conhecidos. Mas a Aids é uma imunodeficiência adquirida e degenerativa e cujos efeitos ainda estão sendo descobertos. Eu tenho uma resistência óssea de uma pessoa de 60, 70 anos, tenho danos nos meus sistemas nervoso e linfático, mas sou considerado apto pelos peritos do INSS. Eles olham apenas para a contagem do CD4 (células do sistema imunológico) e para a carga viral (quando o primeiro indicador está alto e o segundo baixo, significa que o tratamento anti-HIV está surtindo efeito) — conta Renato.
Em nota, a diretora de Saúde do Trabalhador do INSS, Verusa Guedes, nega que o instituto leve em conta somente a contagem de CD4 e a carga viral. “A condição clínica do segurado é considerada de forma completa”, afirma. “Não são analisadas apenas as doenças, mas a incapacidade laboral”.
Ativista e membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Renato esteve em Washington no início de agosto para a 19ª Conferencia Internacional da Aids. Lá, presenciou o discurso do diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites virais do Ministério da Saúde brasileiro, Dirceu Greco. Um pequeno trecho de sua fala — ao ser perguntando o que lhe tirava o sono no combate à Aids, respondeu que “dormia tranquilo” — motivou o lançamento, no final daquele mês, de um manifesto, chamado “O que nos tira o sono”, reunindo cerca de 50 especialistas e integrantes de ONGs com críticas ao atual cenário da Aids no Brasil. A queixa central é que, para manter o reconhecimento internacional do programa, o governo brasileiro não tem reagido ou sequer interpretado corretamente dados preocupantes levantados pelo próprio Ministério da Saúde, disponíveis no último Boletim Epidemiológico da Aids, de julho de 2011.
— O boletim mostra um aumento da prevalência do HIV entre jovens alistados; um aumento nas notificações de Aids entre homens homossexuais; e, pela primeira vez desde o início da epidemia, uma redução no uso do preservativo. Numa perspectiva de saúde pública, esses indicadores deveriam ser suficientes para acender uma luz vermelha e levar o estado a reorientar sua política — analisa Alexandre Grangeiro, pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da USP e um dos autores do manifesto.
Em maio, o relatório “A Saúde no Brasil em 2030: diretrizes para a prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro”, elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz a pedido da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, já acusava uma suposta estagnação do programa nacional anti-HIV/Aids. Em capítulo dedicado ao tema, o documento diz: “Parece que o ímpeto inicial que caracterizou o programa em suas primeiras décadas arrefeceu. O nível de incidência de Aids estabilizou-se, em um patamar muito elevado: mais de 30 mil casos anuais na última década. A proporção de casos com diagnóstico tardio é elevada. A rede de serviços especializados não está aumentando, e com a maior sobrevida dos pacientes, encontra-se sobrecarregada. Ao contrário do que se tem observado em outros países que também instituíram programas de acesso universal ao tratamento e têm observado queda na incidência de novas infecções, o Brasil não tem conseguido diminuir a incidência do HIV/Aids. Faz-se necessária a correção de rumos do programa, para que seja reduzida a transmissão da doença”.
Responsável pelo capítulo, o professor da USP e ex-diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde Expedito Luna comenta:
— O que esperávamos, com um programa que oferece o tratamento gratuito e universal, seria a redução do número de casos e da incidência. No meu entendimento, a estabilização da incidência (em 0,6% da população em geral desde 2004) é, em certa medida, um indicador do sucesso do programa, porém, evidentemente, se esta estabilização ocorresse em um nível mais baixo, seria menos preocupante.
Cazú Barroz, 39 anos, doente há 22, é a cara — literalmente — dos avanços e desafios do combate à Aids no Brasil. Garoto-propaganda de várias campanhas de conscientização do Ministério da Saúde, com atuações inclusive no exterior, ele não consegue encontrar o medicamento de que precisa num posto municipal de Copacabana onde se trata. Na verdade, não consegue sequer marcar a consulta em que será feito o pedido de exame cujo resultado recomendará a continuidade, ou não, do remédio que vinha tomando.
— O médico só tem horário para novembro — diz Cazú.
Insegurança e carência
Cleverson Fleming, 22 anos, descobriu a doença em 2008, quando precisou passar por exames num concurso para sargento, dentro do quartel onde servia. Foi eliminado. Atualmente, recebe uma bolsa de pesquisa em Ciências Sociais da UFRJ, universidade que lhe oferece também o tratamento anti-HIV, pelo Hospital Escola São Francisco de Assis. Além da insegurança no acesso aos medicamentos, queixa-se da carência de especialidades no atendimento:
— Eu estou precisando de um dentista, por exemplo. E acompanhamento psicológico. A menos que a gente esteja com depressão mesmo, o psicólogo não vem até você, não o procura. As ONGs estão sobrecarregadas, porque o olhar humano sobre a doença não é o foco do governo, que acha que as pessoas só fazem sexo no carnaval. Um amigo meu foi aconselhado pela própria atendente de um CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) a terminar um namoro sorodiscordante. Nunca tive muitos problemas para conseguir meus remédios, mas acho que essa história de “um dos melhores programas anti-Aids do mundo” está impedindo a gente de querer melhorar.
Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa rebate as críticas. O secretário diz que o manifesto “O que nos tira o sono” não traz qualquer proposta para a melhoria do programa e defende a estabilização das taxas como indicador de sucesso.
— Críticas fazem parte do processo de políticas públicas, mas é preciso ter algo a acrescentar. Qualquer pessoa que trabalha com saúde sabe que o importante são as taxas, porque a população de um modo geral cresce. A de incidência da doença tem, sim, um leve aumento, mas não no Sudeste, onde está a maioria dos casos — aponta Jarbas Barbalho.
Reconhecendo dificuldades no combate à Aids no país, o secretário enumera, por outro lado, as ações que a pasta tem tomado para enfrentar um novo perfil da epidemia, baixa na população em geral e alta em grupos específicos.
— Do ponto de vista do Ministério da Saúde, os grandes desafios da epidemia no Brasil, hoje, são semelhantes aos de países desenvolvidos, que é a detecção precoce e como alcançar grupos muito restritos, que têm dificuldade de buscar tratamento na rede pública. Para atacar o primeiro problema, recentemente passamos a ser um dos primeiro países a ampliar a indicação do uso do antirretroviral, que poderá ser administrado a todas as pessoas com contagem de CD4 menor ou igual que 500 células/mm3 (anteriormente, o parâmetro para início do tratamento era menor ou igual a 350 células/mm3). Em relação ao segundo problema, temos uma prevalência do HIV entre jovens gays que chega a 10% e, entre travestis e profissionais do sexo, de 5%. Para isso, colocamos na rua um projeto piloto, que será expandido a todas as capitais, com unidades de saúde móveis, rodando à noite e indo até os pontos de concentração dessas populações, com testagem rápida.
Superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental no Estado do Rio, Alexandre Chieppe considera a situação da região “preocupante” — em 2010, o Rio teve uma taxa de incidência de Aids de 28,2 para cada cem mil habitantes, bem acima da média nacional, de 17,9 para cada cem mil —, mas também apresenta as medidas de combate à doença que tem tomado:
— O Rio tem números preocupantes, como um aumento da mortalidade desde 2007. No meu entendimento, a origem do problema não está na falta de remédios nem de preservativos, mas, principalmente, no subdiagnóstico ou diagnóstico tardio. Por isso, estamos promovendo a descentralização da testagem e eventos de troca de informações com as prefeituras menores. Neste momento, o grande objetivo é o impacto imediato na redução da mortalidade por Aids.

Reportagem publicada no vespertino para tablet O GLOBO A MAIS




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sábado, 18 de agosto de 2012

Evento da Diversidade Sexual

Aconteceu nos dias 16 e 17 de Agosto de 2012 no Centro de Especialidades de Moléstias Infecto-Contagiosas de Ribeirão Preto-SP, um evento que permitiu fóruns de discussão abordando como tema a população LGBT e os serviços de saúde para melhorias na qualidade do atendimento a essa população específica. O evento contou com a participação dos palestrantes Anselmo figueiredo - da ONG CASVI (Centro de Apoio e solidariedade à Vida, em Piracicaba-SP) e Luiz Eduardo dos Santos do Instituto Joana D´Arc, no Guarujá-SP. Estiveram presentes profissionais de saúde, do serviço de assistência social, a Coordenadora do Programa Municipal de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais (órgão realizador do evento) - Fátima Regina de Almeida Lima Neves - a representante da GVE - Mônica de Arruda rocha e demais funcionários da Secretária da Saúde e Vigilância Epidemiológica. Na sociedade civil, estiveram presentes Ruy Rego Barros , Agatha Lima (Presidente da ONG GATTTAS-RP) e Fabiano Caldeira.




Os dois palestrantes: Luiz Eduardo e Anselmo Figueiredo, 
Agatha Lima (ONG GATTTAS-RP) e Mônica Rocha (GVE)

Ruy Rego Barros (no centro de azul com listras prestas)

Auditório

 Fátima Neves - Coordenadora do Programa Municipal de DST/HIV/AIDS e Hepatites virais 
(órgão realizador do evento)


 Auditório

 Mônica Rocha (GVE), no centro, de amarelo, e demais funcionários da área da saúde e vigilância epidemiológica

Ruy Barros e Fabiano Caldeira.


Ruy Rego Barros


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Fórum sobre Saúde Reprodutiva de pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS


Saiu no site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto-SP


Secretaria da Saúde promoveu I Fórum sobre Saúde Reprodutiva de pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS
Evento foi realizado na próxima segunda-feira, dia 6, e reuniu profissionais da área que lidam com pacientes nestas condições
Divulgação

O acesso universal ao tratamento e à prevenção do HIV e de doenças sexualmente transmissíveis (DST) possibilitou transformar o cenário da epidemia no país. A queda nas taxas de transmissão vertical do HIV, a redução da morbimortalidade da infecção e o aumento da expectativa e qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/Aids são uma realidade, caracterizando o atual perfil crônico da doença e a continuidade dos projetos pessoais.
Por conta deste novo cenário, a Secretaria Municipal da Saúde, por intermédio do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatites Virais, realizou nesta segunda-feira, dia 6, o “I Fórum sobre saúde reprodutiva das pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids”.
Sabemos que a decisão de ter ou não ter filhos é pessoal ou uma decisão do casal, que parte das pessoas não deseja ter filhos, que os métodos contraceptivos podem diminuir o risco de uma gestação não desejada e que o planejamento familiar é um direito de todo cidadão (Lei n° 9.263 de 12/01/1996), desta forma a orientação sobre contracepção é fundamental”, explica a enfermeira Fátima Regina de Almeida Lima Neves, coordenadora do Programa.
Segundo ela, este evento tem por objetivo atualizar os profissionais da área da saúde envolvidos nesta temática, bem como refletir sobre as possibilidades de estabelecimento de fluxo assistencial nos diversos níveis de atenção à saúde reprodutiva das pessoas vivendo e/ou convivendo com o HIV/Aids.
O Fórum foi realizado em parceria com o Setor de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia - Hormônios e Saúde da Mulher, no Centro de Referência em Especialidades, localizado na rua Prudente de Morais, 35, das 8h às 12h, e contou com palestras de professores e médicos especialistas no tema.

Confira abaixo a programação completa do evento.
8h – 8h30 Abertura
8h30 – 9h30 Mesa I – Coordenadora: Dra. Fabiana Rezende Amaral, Infectologista do Programa DST/Aids e HIV da SMS Ribeirão Preto
“Diretrizes nacionais sobre saúde reprodutiva de pessoas vivendo com HIV/Aids”
Dra Andréa da Silveira Rossi – Assessora Técnica da Área de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
“Contracepção em mulheres vivendo com HIV/Aids”
Dra Carolina Sales – Docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP

9h10 – 9h40 - Discussão
9h40 -10h-Coffee break10h -10h40- Mesa II – Coordenador: Dr. Ruy Alberto Ferriani, Prof. Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e Chefe do Setor de Reprodução Humana
“Desejo de conceber – Tecnologias leves”
Dr. Jorge Figueiredo Senise – Médico-Núcleo de Patologias Infecciosas da Gestação-UNIFESP
“Tecnologias de Reprodução Assistida para pessoas vivendo com HIV/Aids”
Dr. Waldemar Carvalho - Assistente de Ensino pela faculdade de Medicina do ABC no setor de Reprodução Humana,
Coordenador do CRASE ( Centro de Reprodução Assistida em Situações Especiais)

10h40- 11h10- Discussão
11h10 – 11h30h - Palestra

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Ruy Rego Barros, da RNP+ Ribeirão Preto e representante regional da Macro 3,  esteve presente prestigiando o evento. 








Ruy Rego Barros



domingo, 29 de julho de 2012

Dia de Combate às Hepatite Virais - 28 de Julho

Neste último sábado, dia 28 de Julho, Dia de Combate às Hepatites Virais, o Programa Municipal de DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais de Ribeirão Preto esteve presente com o "Doutor Móvel" em frente a esplanada do Teatro Pedro II, no centro da cidade, levando para mais perto da população, com o "Doutor Móvel", orientações de prevenção e promoção à saúde e no combate às Hepatites Virais.



Ruy Barros em frente ao "Doutor Móvel"



Ruy Rego Barros