quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sétimo EEONG

7º. EEONG
Aconteceu, nos dias 30, 31 de Julho e 1º. de Agosto de 2009, no Hotel Excelsior, em São Paulo, o Sétimo Encontro Estadual de ONGs/AIDS do Estado de São Paulo onde estavam reunidos representantes de ONGs de todo o Estado que lidam com a temática HIV/AIDS onde foram tratados os temas: sustentabilidade do movimento, prioridades da sociedade civil, revendo o ativismo.












domingo, 16 de agosto de 2009

AULAS DE IOGA












O GHIV há pouco mais de um mês está disponibilizando a todos os portadores que tenham interesse em aulas de ioga. O Professor Sílvio oferece a todos os interessados gratuitamente. São aulas com duração de uma hora e meia que acontecem semanalmente na sede do GHIV às quintas-feiras, às 17hs.
Sílvio é fisioterapeuta há 4 anos e há 1 ano especializou-se na Ioga Kundaline que trata da conscientização e potencialização da energia que temos.


Para os serviços de fisioterapia e demais informações:
ESPAÇO SOLARIS NATUROPATIA – Sílvio Luiz
R. Cândido Portinari, 52 Fone: (16) 8122 1346
Bairro: Jd. América (ponto de referência: ATRI FIAT)
Ribeirão Preto – SP

Para quem se interessar pela Ioga no GHIV, favor entrar em contato pelos telefones:(16) 3235 8657 – (16) 3235 8658








quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Organização Não Governamental - ONG

EEONG/2009 – São Paulo Sustentabilidade no Terceiro Setor
As informações contidas abaixo foram encaminhadas a mim pelo Fórum de ONGs/AIDS do Estado de São Paulo e agora estou repassando. Espero que possam ser bem utilizadas, assimiladas e difundidas.
Leãomarciableao@gmail.com

As Organizações Não Governamentais - ONGs
são organizações privadas, com fins públicos, sem fins lucrativos para os seus membros, autogovernadas, via estatuto próprio e o seu quadro diretivo deve ser de participação voluntária.
As ONGs não são puramente filantrópicas, procuram aliar filantropia com mudanças sociopolíticas, daí seu caráter político.
As ONG não tem lei própria, não aparecendo com essa definição na legislação brasileira, mas podendo ser classificadas como associações ou fundações. mentais - ONG


As ONGs tem por competência, ações de:
›caráter educacional,
›informativo
›político por princípios não partidários
›assistência
›apoio logístico
›articulação sobre política e experiências.
Essas ações destinam-se a um público ou segmentos da sociedade civil específico, tais como movimentos populares, comunidades carentes, discriminados.
Com essas ações, buscam “desencadear processos educacionais de capacitação, objetivando a construção de uma cidadania plena” (SHERER-WARREN, 2001, p.164).

Sustentabilidade – O que significa essa palavra?
Sustentabilidade é um conceito sistêmico que resulta e se reflete nas atitudes das pessoas, das organizações, e está diretamente relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, técnicos, políticos, culturais e ambientais da sociedade humana.
Para a ONU é o atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das necessidades das gerações futuras.

Aspectos do conceito de sustentabilidadeSustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social;
Sustentabilidade Cultural - respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
Sustentabilidade Ecológica - o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;
Sustentabilidade Espacial - equilíbrio entre o rural e o urbano, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada;
Sustentabilidade Financeira - conjunto de ações direcionadas à captação de novos recursos necessários para que a organização possa desenvolver as suas atividades e atingir os seus objetivos; garantia de recursos dirigidos a execução da missão da organização; ações estrategicamente planejadas de mobilização de recursos para garantir com eficiência e eficácia os serviços e produtos da organização;
Sustentabilidade Política – é a inserção da ONG em espaços políticos que aumentem a capacidade da sociedade civil de exercer um controle social sobre políticas publicas e as ações do Estado, e também, a construção de espaços públicos comunitários;
Sustentabilidade Social - melhoria da qualidade de vida da população, eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;
Sustentabilidade Técnica - garantia de planejamento, execução e avaliação contínua das ações; comprometimento com a missão, ferramentas materiais, recursos humanos capacitados, continuidade e qualidade das ações, humanização dos serviços, ética e participação da comunidade; capacidade de promover parcerias efetivas para prover apoio técnico visando otimizar os recursos financeiros.
Parâmetros para analisar a capacidade de sustentabilidade da organização
Na perspectiva gerencial:
›Autonomia financeira;
›Organização do trabalho e gestão democrática e eficiente;
›Quadro de recursos humanos;
›Sistema de planejamento, monitoramento e avaliação participativa e eficiente;
›Capacidade de produção e sistematização de informações e conhecimentos.


Na perspectiva sistêmica (integra o enfoque gerencial e sociopolítico):
—Base social, legitimidade e relevância da missão;
—Autonomia e credibilidade;
—Poder para influenciar processos sociais e políticas públicas;
—Capacidade para estabelecer parcerias e ações conjuntas;
—Continuidade e durabilidade das ações.
Sustentabilidade Técnica
Na análise deve-se considerar:
A relevância na composição da equipe, bem como a sua valorização, capacitação e profissionalização.
O modo como a organização é planejada (planejar estrategicamente, incluir processos de legalização, gestão de recursos financeiros, elaboração e implementação de planejamentos estratégicos, gestão transparente).

Desta forma
O conceito de sustentabilidade se relaciona com a capacidade da organização de cumprir aquilo a que se propõe em longo prazo, implicando em renovar a qualidade, motivação, direção, viabilidade, capacidade e legitimidade
Sustentabilidade Financeira
Na análise deve-se considerar:
žDesenvolvimento econômico intersetorial equilibrado.
žCapacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção.
žRazoável nível de autonomia.
žAbrangência de diferentes tipos de capital, como o humano, natural, patrimonial e social
Sustentabilidade Política
Na análise deve-se considerar:
Os processos participativos e democráticos, que incrementem e garantam a participação da sociedade na tomada de decisões, reconhecendo e respeitando os direitos de todos, superando práticas e políticas de exclusão e permitindo o desenvolvimento da cidadania ativa.
Sustentabilidade Social
Na análise deve-se considerar:
O bem-estar humano, a condição humana e os meios utilizados para aumentar a qualidade de vida dos indivíduos.
Ao analisarmos
Percebemos que a sustentabilidade é um fenômeno multidimensional e que o fato de existirem diferentes dimensões não significa que possam ser analisadas de forma isolada, pois as suas inter-relações são evidentes. Uma estará atrelada a outra, não existindo limites, e mostrando-se todos os aspectos inter-dependentes.
Os desafios
Sobrevivência dos projetos
Legitimidade e transparência (boa performance e reputação)
Autonomia financeira
Mobilização de recursos
Estimular o comprometimento das pessoas
Introduzir o conceito de parceria
Avaliar, e quando necessário, mudar a gestão organizacionalConciliar ativismo com profissionalização

Dialogar e co-responsabilizar a sociedade
Ser criativo
Socializar conhecimentos
Capacitação profissional
Habilidade para se adaptar
Envolvimento dos beneficiários na implementação de ações
Competência da organização em realizar intervenções
Necessidade de gestão participativa
Missão institucional (atender os interesses coletivos)
Manter o foco na missão e objetivos social.
Conclusões
Em um contexto de inconstância políticas, econômicas e sociais, as ONGs tem sido desafiadas a buscarem seu fortalecimento institucional e desenvolverem-se como organização, sendo importante a busca da sustentabilidade.
Assim chegamos ao paradoxo de que na luta pela sustentabilidade as instituições se afastam cada vez mais do que seria um organização sustentável.
Para Santos (2005), sustentabilidade envolve recursos financeiros, mas, sobretudo, engajamento político, uma missão bem definida, condução ética, diálogo com os vários setores da sociedade, efetivação de parcerias, produção e socialização de conhecimento, afetividade e respeito nas relações interpessoais, bem como coragem para construir ações coletivas (p.149)
A grande questão de hoje é a sobrevivência das ONGs, como um todo, ou seja, é o desafio da sustentabilidade, pensada de uma forma integrada e de relações de interdependências.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conto: Parada Gay

PARADA GAY
Escrito por Ruy Barros

-- Mãe! Mãe! Corre aqui, mãe! Venha ver isso aqui! Tem um montão de gente lá na rua, andando. Gente esquisita, parece que estão fantasiados.
“Olha só! Tem um que está pelado!!! Venha ver! Olha só, mãe! Vem cá, mãe! Vem cá!”
Pedrinho, um menino muito esperto, filho único de Joana, observa, atento, as pessoas que caminhavam ao redor da praça que fazia frente ao edifício onde morava.
Joana, que estava na cozinha terminando de lavar a louça do almoço, não atendeu de imediato aos pedidos do filho e, este, insistentemente a interpelava querendo explicações do que estava acontecendo lá fora.
Pedrinho chamou novamente pela mãe, mostrando-se surpreso ao ver tantas pessoas reunidas onde algumas dançavam ao som estridente de um carro de som.
-- Vem cá, mãe! Vem! Vem cá! Venha aqui, ver o que está acontecendo!
Após muita insistência do menino, a mãe atendeu aos seus pedidos e foi observar o que estava acontecendo.
Da varanda do apartamento, ela disse:
-- Não é nada, meu filho. É só monte de gente sem nada o que fazer, perturbando o sossego dos outros.
Inconformado, Pedrinho quis saber o que era aquilo.
Então Joana olhou, olhou novamente e disse ao filho:
-- Olha, meu bem! É só um monte de veados vagabundos que não têm nada o quê fazer na vida e querem mostrar que podem alguma coisa.
-- Olha só, mãe! – disse Pedrinho. -- Tem uns que estão sem roupas. E tem umas mulheres muito estranhas, lá, também.
-- Não é isso, meu filho. Eles só querem se mostrar.
Antonio, que estava em um canto da sala lendo seu jornal, interveio e disse à irmã:
-- Joana! Não é isso! Explique direito ao Pedrinho o que está acontecendo. Ele já está ficando grande e precisa saber.
-- Mas ele só tem 12 anos, meu bem. Já chega “você” na família!
-- Olha, aqui, maninha! Veja como fala, você não é exemplo. Veja o que você é. Nem sabe ao certo o pai da criança.
“O que acontece lá fora não é uma diversão, uma festa.”
Pedrinho, então, perguntou:
-- Então, o que é, tio?
-- É uma Parada. Uma Parada Gay.
Pedrinho olhou, observou e disse:
-- Mas, estão todos andando e dançando... Como é uma parada? Não entendo...
A observação de Pedrinho resultou em muitas risadas de sua mãe e tio, quando este disse:
-- Pedrinho! O que acontece lá fora é uma manifestação pacífica onde as pessoas chamam a atenção das outras para que essas pensem no que está acontecendo à sua volta, na comunidade, no mundo.
“É preciso despertar nas pessoas o sendo de observar, ficar atento às transformações. E, assim, as pessoas crescem, amadurecem e transformam as coisas, a vida, o mundo. Tudo têm seu começo e é um processo lento e, por vezes, penozo, que pode interferir e causar dor, mas, é assim a lei da vida e tudo tem o seu tempo, o seu momento. E, para tanto, é preciso estar sempre atento. As coisas mudam, as árvores crescem, as pessoas se transformam. É preciso observar as coisas ao nosso redor com muita atenção, notar como tudo se transformar e aprender que as mudanças são necessárias e fazer o homem, o ser humano, evoluir.”
-- Antônio, deixa disso. – disse sua irmã. – Ele é só um menino e pouco entende das coisas, da vida, do que é evoluir, crescer e morrer.
-- Não, minha irmã. Não é bem assim. – asseverou com segurança e objetividade, Antonio, dizendo então. – É preciso preparar desde a mais tenra idade o espírito observador e atento das pessoas e dessa maneira e só assim o futuro adulto terá condições de aceitar e participar do processo evolutivo do qual faz parte. E isso se faz despertando a curiosidade, a atenção, a observação pelo novo, pelo inusitado.
“Preste atenção, Pedrinho! O que acontece lá fora é uma manifestação onde as pessoas que lá estão mostram que são iguais a eu e você, à sua mãe, ao vizinho aí do lado, iguais a todos nós, têm fome, sede, têm uma casa e uma família.”
“Eles querem apenas mostrar que têm atitudes, preferências e comportamento diferente da maioria, mas, são pessoas normais que amam, que choram, que sorriem e que estão, sim, vivas, fortes e presentes e que fazem parte desse mundo, do nosso mundo e que merecem respeito porque são parte de um todo onde nós também estamos e dele fazemos parte.”
“A vida não é um fator excludente e, dela, todos fazemos parte, tudo está inserido.”
-- Eu gosto muito de você, meu tio, muito mesmo. – disse Pedrinho, correndo ao encontro do tio que o amparou; e os dois se abraçaram com muito carinho e respeito sob o olhar sereno e tranqüilo da irmã que também se orgulhava do homem que estava ali, passando um pouco de sua experiência para aquele menino curioso.
E, este, por sua vez, mostrando-se muito interessado, perguntou ao tio:
-- Tio! Posso fazer uma pergunta ao senhor? Posso, tio? O senhor me responde?
-- Pode fazer. – disse o tio.
Pedrinho falou:
-- O senhor sabe me dizer como pegou aquela doença? Pode, tio?
Antonio mostrou-se um pouco apreensivo, muito surpreso e um pouco relutante, dizendo que sim e abriu seu coração para que o menino perguntasse o que já esperava.
-- Tio! Como foi que o senhor pegou AIDS?
-- Eu te conto, Pedrinho! Eu te conto, sim! Já é hora de você saber dessas coisas também.
“Mas isso é uma história...”