segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Campanha Polêmica

Há necessidade de se tomar mais cuidado por a notícia ser veiculada, mesmo aquela que é trabalhada antes de sua veiculação, pode causar discórdia além da polêmica; é o caso da mais recente campanha norte-americana. Veja o texto abaixo veiculado, hoje, pela Agência de Notícias da AIDS.

Ruy.

Campanha nos EUA causa polêmica ao ressaltar que mesmo com tratamento, pessoas morrem com aids

Uma campanha tem deixado os militantes gays e pessoas que lutam contra a epidemia do HIV nos Estados Unidos em pé de guerra contra a cidade de Nova York. Na contramão da ideia de que é preciso passar mensagens otimistas para os soropositivos, e que elevem a auto estima de todos na prevenção do HIV, o Departamento de Saúde da cidade de Nova York fez uma campanha chocante.



Ela não usa mortos ou pessoas não saudáveis, mas alerta para uma verdade que é omitida das principais campanhas para o uso da camisinha: que o HIV leva a morte, mesmo com os remédios. A campanha intitulada “Nunca é só o HIV” destaca as doenças oportunistas que acompanham quem tem o vírus. Com uma locução de trailer de filme de suspense e cenário escuro, a campanha destaca homens de todas as idades e raças, e deixa claro: não brinque com a sua saúde.

A narração diz: “Quando você pega o HIV, não é apenas o HIV. Você desenvolve um alto risco de pegar dúzias de doenças, mesmo que tome remédios. Como a osteoporose, uma doença que dissolve os seus ossos. Ou demência, uma condição que causa uma perda de memória permanente. Ou 28x mais chances de ter um câncer anal. Nunca é apenas o HIV. Fique livre do HIV. Sempre use camisinha”.



O vídeo é voltado aos homens, sobretudo homossexuais, ao falar em câncer anal e mostra casais gays no leito de morte. A campanha foi lançada no último dia 1° de dezembro, Dia Mundial de Combate na Luta contra a Aids.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Entenda melhor a homossexualidade

Vídeo encaminhando por uma psicóloga amiga minha, interessante, vale conferir:


Tenham um bom fim de semana.
Ruy.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Epidemia de AIDS no Brasil

Texto bastante informativo escrito pelo médico Dráuzio Varella, disponível em seu próprio site.

EPIDEMIA DE AIDS NO BRASIL

Em 1981, quando foram detectados os primeiros cinco casos de homossexuais de classe média alta com Aids na Universidade da Califórnia, ninguém poderia imaginar que estava emergindo uma das epidemias mais devastadoras da história da humanidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), já morreram 21,8 milhões de pessoas por causa da doença e há 36,1 milhões de portadores do vírus espalhados pelo mundo. Cerca de 90% destes vivem em lugares pobres.

A epidemia colocou vários países da África Central em estado de calamidade pública: em muitas regiões, de 20% a 30% da população está infectada.
Com base nesses dados, o Conselho de Segurança da ONU começou a trabalhar com a possibilidade de que, ao devastar a população de adultos jovens de um país, a epidemia represente uma ameaça à segurança mundial. É a primeira vez que uma doença recebe esse tipo de atenção por parte de um órgão de tal importância.

Em São Paulo, epicentro da epidemia brasileira, tratei dos primeiros casos de Aids. Nada mais frustrante. Os doentes passavam anos sem apresentar sintomas e sem suspeitar da companhia do vírus até surgirem as infecções de repetição. Quando escapavam do primeiro ataque oportunista, vinha o segundo, depois o terceiro e o quarto, numa sucessão mortal.

Em 1987, foi aprovado o AZT, a primeira droga com atividade contra o vírus. Embora os estudos mostrassem que o AZT prolongava a sobrevida dos doentes tratados na fase de Aids já instalada, os benefícios do tratamento eram, na clínica, pouco convincentes.

No final de 1995, surgiram no mercado os inibidores de protease e um novo paradigma de tratamento: a associação de drogas. Foi uma revolução: nem o mais otimista de nós sonhava que a doença se tornasse controlável em tão pouco tempo.

O Brasil adotou uma política de tratamento da doença que privilegiou o acesso gratuito à medicação antiviral. Com a receita médica na mão, o doente vai ao posto e retira os remédios prescritos com um mínimo de burocracia. O tempo demonstrou o acerto da medida: o número de internações hospitalares diminuiu, a mortalidade despencou e, provavelmente, houve queda nos índices de transmissão da doença.

Hoje, a comunidade científica internacional e a OMS reconhecem o programa brasileiro de tratamento como o mais avançado do mundo, um modelo para os países em desenvolvimento. O livre acesso à medicação fez desaparecer da imprensa e do convívio social os doentes com o rosto encovado e manchas na pele, a imagem da Aids em fase avançada. Paradoxalmente, porém, o controle das manifestações da doença afrouxou as precauções necessárias para impedir a disseminação do vírus. Encantados pelo pensamento mágico, agimos como se a epidemia brasileira estivesse controlada e o HIV pudesse ser esquecido.

É ilustrativo o caso dos homossexuais mais jovens. Há dez ou quinze anos, nas grandes cidades brasileiras, era difícil encontrar um homem homossexual que não tivesse perdido um amigo com Aids. O sofrimento da perda era uma advertência inesquecível para a necessidade do uso de preservativos e da redução do número de parceiros sexuais, as duas medidas preventivas clássicas. Como conseqüência, as comunidades homossexuais responderam muito mais prontamente do que os heterossexuais na adoção de estilos de vida compatíveis com as práticas de sexo seguro.

Muitos dos homossexuais que iniciam a vida sexual nos dias de hoje, entretanto, não viveram os dramas da geração anterior e não vêem a necessidade de adotar as mesmas práticas. Da mesma forma, agem milhões de adolescentes heterossexuais.

É insensato esquecer que, apesar dos avanços no tratamento, a infecção pelo HIV permanece incurável e não existe vacina para preveni-la. Conter a disseminação do vírus é compromisso inadiável com as futuras gerações de brasileiros, nelas incluídos nossos filhos e netos. Como a Aids vem sempre de quem menos a gente espera, é preciso convencer os que mantêm vida sexual ativa da obrigatoriedade da prática de sexo seguro através dos meios de comunicação de massa, da escola e da conversa franca em casa.

De pouca serventia será a conscientização, no entanto, se o acesso ao preservativo não for universal. Sem medidas mais agressivas para aumentar a produção e fazer a camisinha chegar às mãos do usuário, nossa política de combate à Aids ficará restrita a investir somas cada vez mais astronômicas para tratar dos que contraíram o vírus. Sem prevenir, só resta "correr atrás do prejuízo", como diz o povo.

Se a sociedade brasileira conseguiu dar um exemplo humanitário inigualável no campo do tratamento da Aids, foi por meio de inovações técnicas e de seriedade administrativa. Por que não fazer o mesmo na área de prevenção? Por que não ousarmos espalhar preservativos pelo país inteiro? Além da educação, essa é a única estratégia preventiva de eficácia demonstrada em todos os estudos realizados.

Violência na Homossexualidade

Texto escrito pelo médico Dráuzio Varella, encontrado em seu próprio site.

VIOLÊNCIA NA HOMOSSEXUALIDADE

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência à existência de mulheres e homens homossexuais. Apesar dessa constatação, ainda hoje esse tipo de comportamento é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (ou Deus) criou órgãos sexuais para que os seres humanos procriassem; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).

Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?

Se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de espécies de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Em virtualmente todas as espécies de pássaros, em alguma fase da vida, ocorrem interações homossexuais que envolvem contato genital, que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual envolvendo fêmeas e machos foi documentado em pelo menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

Relacionamento homossexual entre primatas não humanos está fartamente documentado na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no Journal of Animal Behaviour um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

Masturbação mútua e penetração anal fazem parte do repertório sexual de todos os primatas não humanos já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas rigorosas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela simples existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por capricho individual. Quer dizer, num belo dia pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas como sou sem vergonha prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente é. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.

Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser fascistas a ponto de pretender impor sua vontade aos que não pensam como eles.

Afinal, caro leitor, a menos que seus dias sejam atormentados por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu trinta anos?

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A importância da alimentação saudável para os portadores

www.agenciaaids.com.br

Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de São Paulo alerta portadores do HIV sobre a importância de uma alimentação saudável
Os indivíduos com boa condição nutricional são mais resistentes às infecções, ressalta, em nota divulgada nesta quarta-feira, o Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do Estado de São Paulo (CRT-DST/Aids). Vários estudos demonstraram o impacto negativo da desnutrição no aumento da morbidade/mortalidade na aids.

Cerca de 70% dos portadores de HIV matriculados CRT-DST/Aids apresenta algum grau de comprometimento nutricional, o que pode afetar o funcionamento do sistema imunológico e, consequentemente sua qualidade de saúde e vida.

Diante deste quadro, nutricionistas e nutrólogos do CRT-DST/Aids estão orientando diariamente pacientes no sentido de seguir uma dieta adequada. “As vitaminas e minerais contidos nos alimentos, tem um papel antioxidante importante e protegem os tecidos contra o dano causado pelas substâncias inflamatórias produzidas pelo processo infeccioso crônico ou pela utilização de medicamentos e/ou substâncias como o tabaco e álcool”, explica o nutrólogo Vicente José Salles de Abreu.

Segundo ele, as vitaminas C e E, os betacarotenos, o zinco e o selênio são importantes nutrientes com ação antioxidante. Assim, os alimentos ricos desses elementos devem estar presentes na dieta desses pacientes: como frutas in natura ou sucos; nas saladas de verduras e egumes; nas carnes (especialmente de peixe, rica em óleos polinsaturados ômega-3 com potente ação antiinflamatória); nos grãos e óleos vegetais ricos em tocoferol (vitamina E), contendo também fibras e minerais como zinco e selênio.

Uma dica é compor um prato de forma mais colorida possível. “Os vegetais de diversas cores contem variadas combinações de antioxidantes e outros compostos bioativos”, explica Vicente.

As pessoas vivendo com HIV e aids frequentemente apresentam distúrbios do metabolismo dos lipídios, ou seja, acumulam o mau colesterol (LDL) e/ou possuem redução nos níveis sanguineos do bom colesterol (HDL). Com o passar do tempo esta elevação do nível do colesterol ou triglicerídeos no sangue resulta em uma formação de uma placa de ateroma na superfície interna das artérias.
Esta alteração vascular pode levar a restrição do fluxo sanguíneo aos tecidos precipitando eventos cardiovasculares e neurológicos. Daí a necessidade de restringir a gordura saturada e o colesterol da dieta. As grandes fontes de gordura saturada e colesterol estão presentes nos alimentos fritos, empanados, carne bovina, leite integral, queijo amarelo, manteiga, cremes e guloseimas como os doces e biscoitos.

De acordo com a nutricionista Amélia Bezerra dos Santos, uma vez identificado um quadro de desnutrição, que pode ser agravada se o paciente tem hábitos alimentares incorretos, predisposição genética e depressão, é preciso recorrer a uma terapia nutricional. “O tratamento melhora a função imunológica, diminuindo a perda de massa corpórea e consequentemente, melhorando a qualidade de vida do paciente”, declara.

Redação da Agência de Notícias da Aids

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Antropólogo fala sobre o governo Lula, a AIDS e a homofobia no Brasil


Em artigo para O Globo, antropólogo Luiz Mott afirma que Lula foi irresponsável no combate ao HIV entre homossexuais
Mott também defende que faltou vontade política para acabar com a homofobia. Uma cruel liderança.

Recentemente, o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, ao receber no Palácio do Planalto o prêmio de direitos humanos, provocou riso nos governistas presentes ao intitular Lula "Papai Noel dos Gays". Anos passados, ao receber idêntica premiação de FHC, abri uma faixa "Gays querem justiça!", protestando contra a homofobia reinante em nosso país: matava-se então no Brasil um homossexual a cada três dias, uma média de 100 a 150 por ano. A gente era quase feliz e não sabia!

Ao tomar posse, Lula recebeu a incumbência de cumprir o Programa Nacional de Direitos Humanos II, onde, num total de 402 ações afirmativas, constavam 11 dirigidas à população LGBT.
Lastimavelmente, Lula deixou de cumprir sua obrigação constitucional, pois, apesar de muita bravata, realizando uma conferência nacional, instituindo o Programa Brasil sem Homofobia, criando no último mês de governo o Conselho Nacional LGBT, como acertadamente declarou a senadora Marta Suplicy, "a situação piorou para os homossexuais no Brasil. Os crimes aumentaram e nenhuma lei foi aprovada no Congresso. Os países vizinhos avançaram mais. Apesar da festa, temos um cenário cada vez mais difícil!" Faltou vontade política de Lula para enfrentar a homofobia institucional. Cristina Kirchner foi muito mais ousada.

Triunfalismos a parte, em vez de Papai Noel dos Gays, desgraçadamente, Lula ficará na historia como "Vampiro dos Gays". Nunca antes na história deste país tanto sangue gay foi derramado ou contaminado pelo HIV, devido à irresponsabilidade do atual governo. Em 2009 foram documentados 198 assassinatos de homossexuais brasileiros, crimes de ódio cometidos com requintes de crueldade. Até início de dezembro de 2010, 235 gays, travestis e lésbicas foram cruelmente trucidados, aproximadamente uma morte a cada dia e meio, o dobro de quando Lula começou a governar. O país da futura Copa ostenta cruel liderança: é o campeão mundial de assassinato de homossexuais! Aqui matam-se muitíssimo mais gays do que todas as execuções homofóbicas de Irã, Arábia, Sudão, Nigéria e demais sete países onde há pena de morte contra os amantes do mesmo sexo. Nos Estados Unidos, com cem milhões a mais de habitantes, matam-se em média 25 gays por ano; aqui, 250!
Todo esse sangue derramado poderia ter sido evitado se Lula tivesse cumprido ao menos duas ações afirmativas do PNDH-II, aprovado meses antes de sua posse:

* Nº 231. "Promover a coleta e a divulgação de informações estatísticas sobre a situação sociodemográfica dos LGBT, assim como pesquisas que tenham como objeto as situações de violência e discriminação praticadas em razão de orientação sexual."

* Nº 232. "Implementar programas de prevenção e combate à violência contra os LGBT, incluindo campanhas de esclarecimento e divulgação de informações relativas à legislação que garantam seus direitos."

A mortandade de gays vítimas da aids é outra face criminosa do vampirismo do "Papai Noel dos Gays": enquanto são 0,8% os homens heterossexuais infectados pelo HIV, entre os gays 11% são soropositivos. As raras campanhas de prevenção destinadas ao principal "grupo de risco" da epidemia, além de tímidas, não causaram o efeito necessário. De quem é a culpa?
Lula deixa para sua sucessora essa cruel herança maldita para os homossexuais e transexuais: se ficar a aids pega, se correr a homofobia mata.

Luiz Mott é antropólogo da Universidade Federal da Bahia.